quinta-feira, 4 de junho de 2015

1º Trail Serpa por Vales e Planicies - 24 de Maio de 2015

Passada mais de uma semana da prova decidi escrever sobre esta prova. Confesso que fiquei com pouca vontade de escrever sobre a mesma. O grande motivo foi a primeira entorse na minha vida desportiva (mais de duas décadas de actividade desportiva). Começando do inicio, esta prova situava-se muito perto da minha cidade e estava muito curioso sobre o percurso da prova. Levantei o dorsal com grande facilidade e voltei para o carro para acabar de equipar-me. Entretanto encontrei o Ricardo do grupo dos Pax Julia Runners. Depois de tirarmos a foto da praxe e desejar boa sorte um ao outro, arrancámos para a prova.



Depois de fazermos 500m em alcatrão passámos para um troço de terra batida com uns bons 200m a subir. Até aos 1.5km foi um percurso com um sobe e desce até que... coloco o pé direito no rego feito pela chuva e torço o pé virando a sola para dentro, ouvindo um estalo na articulação tibio-társica. Pensei logo que a prova acabaria para mim, fiquei uns segundos parado a mexer o pé constatando que tinha algumas dores, comecei a caminhar e por fim a correr lentamente. Fui correndo com algumas dores e gerindo o esforço até ao final. Fiquei triste porque nunca tinha torcido o pé e tinha as espectativas altas para o meu desempenho nesta prova. Até ao 8km o percurso foi sendo acessível com poucas subidas e algumas descidas ligeiras. Ao 8km chegámos ao primeiro abastecimento, situado numa pedreira, havia à disposição bananas, laranjas batatas fritas... e melhor que tudo, esponjas com água para nos refrescar-nos! Tenho que admitir que foi uma excelente ideia, tendo em conta o calor que se fez sentir. Após algumas palavras trocadas com os elementos da organização segui caminho. Durante vários kms segui com os padrinhos da prova o Ico Bossa e a Sónia Tubal. Foram surgindo algumas curtas subidas com um percurso sempre rolante. Por volta do 12km surgiu uma rampa "jeitosa". Até ao 15km fomos "rolando" por um percurso sem grande dificuldade sempre junto de um pequeno riacho. Ao 15km tivemos o segundo abastecimento com tudo o que o anterior tinha em termos de abastecimentos. A prova começou a tornar-se interessante depois deste abastecimento com umas subidas bem acentuadas e com umas descidas ainda mais inclinadas e perigosas devido à muita pedra solta que havia. Aliás, ao longo de toda a prova houve muita pedra solta ou grandes pedras que tivemos de transpor. Ao 18km tivemos um dos momentos altos da prova, a passagem por dentro de água! A Sónia que ia à minha frente ficou com água pela cintura. Após cruzarmos o ponto de água tivemos uma das subidas mais ìngremes de toda a prova. No topo estava um senhor a filmar todas aquelas situações. Ao 20km passámos por dentro de uma aldeia tipicamente alentejana, chamada Santa Iria, com as pessoas todas na rua a incentivarem com palmas ou com algumas frases engraçadas tais como " vá a ver, que os dexou fugi-los!" Inclusivé havia um posto de abastecimento improvisado (penso eu) com uma senhora sentada numa cadeira a dar garrafas de água e ao seu de um balde com as famosas esponjas. Aproveitei mais uma vez para dar um banho, quase literalmente... 




Depois de sair da aldeia comecei a baixar o ritmo porque as dores no tornozelo direito voltaram. Meti uma velocidade confortável para não ter muitas dores. O percurso já custava mais a fazer não só devido ao tornozelo dorido mas também a altimetria estava a aumentar. Surge o terceiro abastecimento por volta do 24.5km onde aproveitei para comer um pouco mais e refrescar-me novamente. Em conversa com uma rapariga da organização percebi que daí adiante seria a parte mais dificil da prova com a altimetria a subir sempre até ao final. Surge então um troço em alcatrão que serviu para quebrar um pouco a monotonia que ia instalando, não via ninguém à frente nem atrás. A prova passou depois para dentro de um olival, com cerca de 1 km de extensão. 





No final do olival tivemos o último abastecimento onde estavam duas raparigas muito simpáticas onde me alertaram que a prova estava quase a acabar mas faltava ainda a subida até à Capelinha. A subida tinha cerca de 1 km chegando ao ponto mais alto de toda a prova. Já no topo tive de saltar uma cerca que por acaso partiu-se no momento em que a transpus. Depois de a saltar olho para o lado esquerdo e vejo um local da cerca aberta com as fitas... LOL! A descida da Capelinha meteu alguns degraus mas foi feita quase toda em estradão de terra batida. Animado por estar a entrar dentro de Serpa foi acelerando o ritmo, ultrapassando alguns atletas da prova mais curta. Terminei a prova com 3h16m19s. Gostei bastante da prova com muitos abastecimentos, a nível da abastecimentos sólidos têm espaço a melhorar podendo colocar mais diversidade tais como tomate com sal, frutos secos... Os abastecimentos liquidos estavam em quantidade mais do que suficiente, tivemos cerca de 5/6 abastecimentos de água, o que revela uma grande preocupação da parte da organização com a a hidratação. As marcações estavam muito boas, apenas colocaria um ponto de controlo na parte de contornar o riacho já que dava para encurtar o percurso. A simpatia de todos os elementos da organização é algo a destacar. No local da chegada existia ainda um abastecimento final onde já estavam presentes os frutos secos.  



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